Muito amor, doçura e paixão para todos!

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Memórias em Chamas: Chopin - Nocturne op.9 No.1

Memórias em Chamas: Chopin - Nocturne op.9 No.1: Hoje no trem lotado de gente o solfejar de um violino lamurioso me fez pensar em você... Um súbito sentimento de melancolia Lágrimas no...

Chopin - Nocturne op.9 No.1

Hoje no trem lotado de gente
o solfejar de um violino lamurioso
me fez pensar em você...

Um súbito sentimento de melancolia
Lágrimas nos olhos semicerrados e
eu sentia cada arpejo, cada nota do instrumento
como senti sua mão e cada dedo seu a violar minha pele um dia e minha alma no momento da partida.

De repente eu senti o nó na garganta
E gosto de vinho e cigarro na boca...
Como doía cada acorde! Como pulsava meu coração!

E então eu fui surpreendida por uma Vivata ardente tocada entre pianos e flautas...
senti falta da tristeza tocante do violino
senti falta de você... de nós!

Senti falta de cada momento que passamos
De cada música que ouvimos
de cada melodia, que sem instrumento tocamos.

Das danças na chuva e no quarto
Da velha cadeira de balanço
das refeições preparadas com tanto amor e os concertos cantados no banho.

Senti falta do seu cheiro
Do seu gosto, da sua boca e do seu corpo
De me aninhar e ouvir seu coração bater em compassos desritmados...
Sinto falta de você...inteiro

terça-feira, 5 de junho de 2018

Lencinho amarelo

De todas as lembranças que guardo de ti
este lencinho amarelo roto
com as iniciais tão puídas quanto tua foto antiga que ainda guardo em minha carteira 
está entre meus pertences favoritos

Este pequeno lenço que outrora me lembrava seu doce cheiro
Agora retém minhas mais amargas lembranças e enxuga tão salgadas lágrimas.

Esse pequeno objeto, ao qual não me desgrudo, não corre o risco de ceder ao meu toques
Ao contrário das suas cartas que há tempos não ouso ler, dobradas minuciosamente na caixa branca no fundo do armário.

Agora toca nossa música em um pequeno rádio!
Aperto o lenço no fundo do bolso, com a certeza de que caso precise ele esteja sempre a mão...
O mundo corre de pressa pela janela do ônibus e eu imagino se você não esqueceu o casaco nessa manhã tão fria....

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Clichê

Por você eu dobrei meus joelhos Me livrei de meus batons vermelhos E hoje cato cacos do espelho Para poder me machucar! Por você... Eu despi meus medos e me pus nua, Sai sorrindo como tola pelas ruas, E agora eu subo as colinas para me encontrar com o mar...
Por você eu abandonei o meu país Fui feita a mulher mais feliz Mas que hoje sofre em demasia Por você eu rezo, Eu espero e nego, Por você me entristeço E morro um pouco a cada dia...

quinta-feira, 1 de março de 2018

Sobre o tempo e o mar

O que é o tempo, quando se compara com o mar?
O mar é imensidão, 
O tempo, não...

O que são as horas, frente as areias da praia?
As areias não se perdem, se transformam
As horas? Só passam...
E o que são os segundos? Apenas coadjuvantes dos minutos
E os minutos são misérias de tempo, pequenos impecilhos que ousam seguir sem se importar com você.

E você? Um capricho,resticio de tempo, menos importante que o grão de areia imortal...

Eu e você,  você e seus anseios,
Seu amor, suas aflições,
Seu querer e emoções,
Não são nada perante o tempo.

E o tempo? 
Contabilizado em pequenas unidades ingratas,
Tempo que corre em direção a morte e
Não é nada, perante o mar...

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Quem é mais sentimental que eu?

Eu queria não estar sempre cansada...
Quando não estou cansada, estou com dor ou estou dormindo.
Eu vejo fotos, vejo as pessoas leves, ou planejando ou apreciando os momentos, os planos...Minha primeira auto memória é de uma criança de cabelo alaranjado, rosto sisudo em um vestido rosa.
Eu me lembro que os livros eram meus melhores amigos, eu me lembro de não me enquadrar em lugar algum, mas mais do que isso eu me lembro de ter medo o tempo todo. Medo de errar, de magoar alguém, de decepcionar as pessoas e medo de punições.
Depois no auge da minha autoflagelação e por não me permitir errar, carreguei cada pequeno fracasso como um câncer em metástase na minha alma, e na minha sede por justiça me tornei arrogante.
Com o tempo percebi que não adianta tentar entender o porquê de cada coisa. Não adianta tentar não machucar as pessoas. Sempre haverá um mal entendido, uma palavra que alguém ouviu fora do contexto, uma brincadeira que você fez com um amigo, mas que atingiu outra pessoa e isso a magoou.
Sempre haverá mal entendidos...
Sempre haverá uma demissão porque o empregador esperou algo de um funcionário, que não cumpriu ( porque não entendeu, porque não achou justo, porque ninguém lhe disse). No frigir dos ovos, não importa o porquê. Quem sente não quer entender, entender não vai fazer a dor parar de latejar, o coração desacelerar, a garganta abrir e o pulmão respirar.
De um tempo para cá, parei de tentar entender, e as pessoas que magoei, só peço que me desculpem. Não fiz por mal, é apenas meu jeito (desajeitado) e sisudo.
E quanto a mim, parei de me explicar. Li em algum lugar que meus inimigos não irão ouvir e meus amigos não precisam de explicação.
Hoje eu sinto que pago cada peso que carreguei, eles se manifestam nas dores que sinto, no cansaço que me arrasta e no sono interminável. Hoje digo que não vale a pena remoer e perder tempo com cada coisa. Não vale a pena os laços de cigarros que queimei, os pileques, as sessões de culpa e terapia.
Hoje aprecio o simples fato de sentar numa cafeteria e tomar um café quando não estou com dor.
Deitar numa cama após viajar com meus amigos e não passar mal a noite toda.
Agradeço quando almoço com minha família e sinto prazer nas pequenas coisas.
Parei de procurar ser feliz. Parei de procurar ter razão ou me explicar. Parei de carregar o mundo nas minhas costas.
Me sentir saudável, é a maior (e melhor!)  meta que eu poderia ter.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Versos Íntimos---- Augusto dos Anjos

Hoje não vou postar um poema meu, mas um poema que eu particularmente sou apaixonada, ele fala sobre dualidade, ingratidão e mesmo que você se esforce as coisas podem mudar (coisas boas podem se transformar em más).
Vela ao pessimismo, porém nos mostra que as vezes não teremos resposta para tudo e que a lama ( na minha concepção a morte) aguarda a todos.

Versos Íntimos
Augusto dos Anjos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!